sábado, 29 de agosto de 2009

27---Décimo oitavo dia - Reta final


Saimos de Teófilo Otoni bem cedo com a intenção de chegarmos em casa, com mais de 900 km a percorrer. O Hall continua "avariado" e as receitas que obtínhamos nos postos, forneceidas por caminhoneiros eram as mais variadas, de fôlhas de boldo a copos de vinagre que ceveriam ser tomados de um único fôlego. Chegamos próximo a BH já no meio da tarde e ainda restava uns 550 km pra casa. Resolvemos nos separar: os paulistanos pela Fernão Dias e eu e o Tio rumo ao Triângulo Mineiro. Debaixo ainda da garoa persistente e com a deficiência do farol avariado pelo jegue (na moto do Tio) consegui trazer o companheiro até Passos, MG. Telefonamos pra casa avisando do atrazo e viemos já sem chuva, chegando em casa em torno das 23 horas. Jantando, já em companhia da esposa, recebo um telefonema do Dodjão dando conta que ainda faltavam mais de 150 km pra São Paulo. Motivo: avarias com o Hall, com paradas constantes e urgentes.
Estava terminada a Saga. Como não tive notícias, acho que o Hall já deve ter sarado. Vou fazer um post de resumo geral e as fotos que faltam virão do Netinho. Aguardem.

26---Décimo sétimo dia - Teófilo Otoni.
















Com chuvas fracas seguimos até Teófilo Otoni, chegando ao escurecer. Fomos pra um cinco estrelas que ninguem é de ferro. Hotel das Palmeiras. Logo na chegada ema desavença engraçada com outro hóspede, um italiano que não se conformava com motos ocupando vagas de carros. Ficamos sem entender, visto que as vagas eram inumeras e não atrapalhavamos ninguem. Passado o desconforto momentâneo, jantar no próprio hotel e cama.

25---Décio sexto dia - Enfim Porto Seguro.

Chegamos a Porto Seguro já com chuvas, nos hospedamos em uma pousada e fomos passear, comprar souvenirs e jantar. O Hall não melhorava e o estoque de papel higiênico do nordesta começava a ralear. hehehehehe. Fácil rir da desgraça alheia. A janta foi sorvete com vitamina de frutas. Como a chuva não dava trégua, resolvemos abreviar nossa estada por ali e partir logo cedo no dia seguinte.

24---Décimo Quinto dia - Até Santo Antônio de Jesus.

Não conseguimos chegar a Porto Seguro. O Hall pegou uma caganeira fenomenal. Tinhamos sofrido deste mal de Piranhas a Paulo Afonso devido a um peixe ensopado que comemos, mas tínhamos nos recuperado. Esta agora tinha sido adquirido pelo companheiro devido a uma lagosta que comeu na Praia do Francês. Desta vez, parece que a coisa era séria e até febre o cara teve. Medicado e depois de um bom sono, ele deveria conseguir chegar a Porto Seguro. Interessante nesta cidade é o dístico logo na entrada: Sto Antonio de Jesus: o comercio mais barato do Brasil. Não pudemos verificar a veracidade disto, pois partimos logo cedo.

23---Décimo quarto dia. Olinda-Maceió-Aracajú

Saímos cedo rumo a Aracajú, passando direto por Maceió e chegando a Aracajú à tardezinha. O Dodjão nos levou a um hotel que tinha visto na sua passagem 3 dias antes, Hotel d"Burgues. Estive neste hotel na volta de minha viagem Da Nascente à Foz do Velho Chico ano passado. Saímos pra jantar e fomos dormir pra partir no dia seguinte bem cedo, rumo a Porto Seguro.

22---Décimo terceiro dia - Olinda

Depois do "abandono", os caras me aparecem com um capacete novo pro Netinho (o dele havia quebrado o mecanismo da viseira) e nada de encontrarem o óleo Motul pra trocar na minha moto. Resolvo então seguir sem trocar óleo, até porque não abaixou nada no nível.
À tarde nosso amigo Roberto (de Olinda) nos levou a um museu, em Recife, que tem a maior coleção particular de armas medievais do mundo: o Instituto Ricardo Brennand (http://www.institutoricardobrennand.org.br/) e à noite fomos com uma turma de motociclistas recifenses fazer um tour pela cidade, inclusive no famoso Bodega do Véio. Valeu demais a estada em Pernambuco.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

21---Postagem Livre de um pobre abandonado.

Como fiquei aqui sozinho no hotel e os malucos foram passear, vou aqui fazer uma postagem livre pra dizer que a vigem está muito além das espectativas. Nunca fui de sair em grupo e nestes 35 anos de motociclismo alimentei a crença de que o número ideal é dois. Vejo agora que é perfeitamente possível ter um passeio prazeiroso com as pessoas certas, e estes companheiros são nota 10! Nenhuma desavença, nenhum entrevero. Aprende-se a viver em grupo e conviver com as diferenças. Temos conversado muito, entre nós e com pessoas que nos abordam e que são por nós abordadas.
Do roteiro, posso dizer que tem ainda muito que ser visto, e a busca às pegadas de Lampião continua. Estivemos onde ele nasceu, onde passou parte da infância com uma tia, onde lutou e onde morreu. Ouvimos velhos moradores das localidades, inclusive um tenente João Lira, que participou da caçada ao cangaceiro em terras baianas e pernambucanas, que dissertou por 3 horas sobre o nosso "herói", demonstrando uma lucidez invejável pra alguem de 96 anos. Vimos vários museus regionais, e alguns temáticos sobre o cangaço. Tentei contactar Anildomá Willians, presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo do Cangaço em Serra Talhada. Domá, como é conhecido por aqui, assim como Kildemir Dantas, de Mossoró, foram meus incentivadores e fonte de inspiração pra este projeto ainda não concluído. Pude ver a dedicação de Domá em preservar objetos, fotos e toda sorte de bugingangas de época em um museu espetacular em Serra Talhada, onde comprei seu mais novo livro Lampião, nem herói nem bandido. Fomos ao local do nascimento, preservado tambem por Domá e o Carlinhos, que toma conta do local. Enfim, se pros meus companheiros a viagem temática terminou, pra mim ela apenas começou e pretendo voltar logo.
Cabe aqui um registro ainda, com respeito ao nosso amigo Geraldo de Franca, que emprestou sua DR800 pro Hall prosseguir a viagem quando teve sua moto quebrada em Patrocínio de Minas. Este cara demonstrou total desapego e muita amizade, e se eu era seu fã, agora virei admirador eternamente grato. GeraRdo, você não existe!!!!!!!!!!!!
Amanhã posto as fotos.

20---décimo segundo dia - Natal-Olinda

Saimos de Natal pela hora do almoço e em João Pessoa só fomos até a Ponta do Seixas pra algumas fotos e partimos por uma estrada litorânea muito linda em direção a Olinda. Por esta estrada a genbrte passa em uma cidade muito antiga, Taquara e depois já na divisa de estados entramos na BR-101 completamente detonada, com um tráfego incrível de caminhões e depois de muito sufoco chegamos em Olinda lá pelas 19 horas. O reencontro com
o Raposo se deu da maneira mais maluca: passando pela avenida litorânea eis que surge no meio da pista o personagem em questão, gritando e abanando os braços. Foi como encontrar um familiar, um motociclista sabe bem a tristesa e a decepção de ter uma viagem abortada por problemas mecânicos, e ainda mais no início. Obrigado Raposo, nosso amigo Dodjão, por ter se aventurado sozinho por 3 mil km pra nos reencontrar. Você traduz o verdadeiro espírito aventureiro do motociclista nato, e nos orgulha tê-lo como amigo.
No momento, estou postando de um laptop emprestado pelo Roberto, amigo do Netinho, direto do hotel 5 Sóis. Fiquei aqui sozinho enquanto os demais loucos foram passear. Minhas fotos estão em CD, e como estou apanhando do micro, fica pra depois.
Acho que ficaremos aqui até amanhã pra então partir pelo litoral, já voltando pra casa. Estou com saudades da véia, até porque dia 18 fiz 30 anos de casado e o beijo foi telefônico. Tô voltando!!!!

19---décimo primeiro dia - Canoa-Natal






















Ficaríamos um dia mais em Canoa Quebrada, mas depois de receber uma ligação do Raposo dando conta que estava próximo a Olinda, a vontade de reve-lo falou mais alto e partimos ao meio dia. Veríamos Mossoró, onde Lampião sofreu sua única derrota, mas os companheiros não quiseram entrar, seguimos então pra Natal, onde passamos a noite, passeamos um pouco pela orla e fomos dormir pra seguir cedo nossa saga. Tentei diversas vezes contatar (sem sucesso) meu amigo Muniz, que me havia prometido uma carne de sol com macaxeira, mas na impossibilidade da materialização do contato, fomos dormir. Não me esqueçerei de voltar pra cobrar esta iguaria, Muniz. Me aguarde para breve.

18---décimo dia - Enfim Canoa Quebrada




Em Canoa Quebrada ficamos em uma linda posada com piscina e um visual lindo. Remendada a moto com silver tape e vários engasga-gato, pois o painel havia ficado solto, com faróis e bolha completamente frouxos.
Como chegamos antes do amoço do nono dia, curtimos piscina e falésias, saindo no décimo dia após o almoço. Encontramos uns malucos de kombi rodando as américas e os lindos geradores eólicos que estão cada vez mais se tornando comuns pelo nordeste.
As postagens anteriores fora feitas pelo Netinho e não foi citado que em Jeremoabo recebi uma ligação do Raposo, que havia ficado com a GSA fundida em Mucugê, dizendo que estava partindo de Sampa com uma moto nova pra nos encontrar, e os dias que se seguiram foram urgenciados um pouco pela ansiedade de rever o companheiro.

17---Oitavo dia-Coisa de doido...




No sétimo dia resolvemos ir até São José do Belmonte, onde pernoitamos. Não consegui fazer os amigos se animarem a visitar a Pedra do Reino. Foi a primeira visita deixada pra próxima viagem. Seriam 30 km de terra, e como já havíamos feito 130 km sem pavimento nos dois dias anteriores, inclusive a travessia do Raso da Catarina, a turma estava meio desanimada. Seguimos então pra Juazeiro do Norte, onde vimos a estátua do Padim Ciço e tocamos em frente, rumo a Canoa Quebrada, que era o nirvana para os derrubados aventureiros. Quando chegamos nas proximidades do enorme açude de Orós, aqui conhecido como Castanhão, já escuro início de noite, ia à frente o Tio e eu logo atráz uns 10 metros. De repente vejo algo como um pano saindo da frente da moto do Tio e ele num esforço enorme segurando a moto pra não cair. Logo tive a resposta: ele havia atropelado um jegue e não caiu. Paramos brancos de susto e fomos conferir: o jegue jazia mortinho da silva. Dai em diante ele seria conhecido como jeguekiller, e de prejuízo real, só o farol quebrado. Inacreditável. Resolvemos então entrar em uma cidadezinha chamada Jaguaribara, onde pernoitamos. Posada horrível, mas pra nossos corpos cansados foi um oásis.

sábado, 15 de agosto de 2009

16---Sétimo Dia - A História ao contrário .. da morte ao nascimento

























































De barco até o rio abaixo, chegamos ao ponto em que tivemos que andar mais 680 mts. entre a mata (trilha) para chegarmos a Grota do Angico, local da morte do Lampião ... dai partimos para a estrada novamente seguindo por Delmiro Gouveia, Paulo Afonso, Petrolândia, Floresta e enfim chegando a terra do seu nascimento, Serra Talhada - PE.
Em Serra Talhada fomos à cata de um velho perseguidor de Lampião, Tenente João Lira que nos falou por 3 horas sobre aqueles tempos. Depois de nos perdermos pelas estradinhas de terra, conseguimos localizar a tapera onde Lampião morou algum tempo com sua tia e onde aprendeu a ler e escrever. Daí, mais procura pela casa onde nasceu e foi criado, com direito a caminhada pela caatinga a pé, com ajuda de alguns sem terra assentados no meio do sertão.
Nossa alimentação aquele dia foi algumas bananas, queijo de coalho e queijo de manteiga, um pouco de farofa de bóde e água. Uma delícia!!!!!!!!!!!















15---Sexto Dia - Raso da Catarina












Saímos de Canudos, e enfim passamos pelo tão falado Raso da Catarina, e chegando a Jeremoabo, paramos para almoçar e quando amarramos as nossas mulas bem em frente ao restaurante, conhecemos uma figura ilustre, que viraria a senha de nossa viagem dai em diante, LULINHA ... obrigado caro amigo, pela recepção, lhe aguardamos em São Paulo ... Deixamos aqui um grande abraço ... dai a São Francisco do Canindé - SE, foi um tiro ... Conseguimos chegar em Piranhas - AL, atingindo o nosso objetivo e chupando um caju já na pousada do Lampião.



14---Quinto Dia - Um pouco de História























Saímos cedo novamente, agora deixando Capim Grosso, passamos por Queimadas, Cansanção onde comemos esse maravilhoso frango com farofa e uma pinguinha Jangada, aproveitando que por essas bandas ninguém nunca ouviu falar do tal do Bafômetro, ai chegamos em Monte Santo, onde fomos acolhidos muito bem pelo Padre da cidade, Sr. Vidal, que nos cercou na praça central e nos deu uma aula de História (Lampião, Antonio Conselheiro, etc...), seguimos por Euclides da Cunha e pernoitamos em Canudos.





13---Quarto Dia - um pouco de Pista de Terra




Logo cedo fotografamos o cemitério Bisantino de Mucugê, passamos em Ituaçu, Igatu, Andarai, Ruy Barbosa, e quase chegando em Macajuba, o pneu da moto do Hall furou, o cara é zica mesmo, apesar que estávamos em uma estrada de terra nervosa, ai ele tocou até Macajuba com o pneu furado mesmo (e com a categoria de sempre), e enquanto arrumava o pneu o Netinho encontrou o seu velho amigo Moacir (Pingaiada) e juntos cantaram vários sambas do Bezerra da Silva, logo após seguimos até Capim Grosso - BA.


12---Terceiro Dia - hoje foi outro dia de Zica !!!

E olhem as opções de programas para o dia seguinte ...




















Hoje saímos de Vitória da Conquista com destino a Andaraí, mas infelizmente só conseguimos chegar até Mucugê, pois à 30 km de lá, a vermelhona queria acompanhar o pontinho amarelo na estrada e acabou abrindo o bico, a GSA do Raposo explodiu , Nunca vimos uma moto daquela travar dessa maneira. Com tristesa nos despedimos do amigo, a moto foi para uma conc. em Brasília - DF e ele para o seu esconderijo.

11---Segundo Dia - Quase 900 Km direto.

Aqui a turma toda descansando depois de um almoço pesado em Montes Claros - MG ...





















A Partir desse momento esse nosso amigo até então chamado de Cícero, ganhou um novo nome, agora ele é o Bunda de Seda, por ter nesse local a parte mais sensível de seu corpo, ele não passa de 120 km/h e ainda reclama que só pensamos em andar o tempo todo.





Saimos cedo no segundo dia, depois do pernoite em Patos de Minas e passamos por Pirapora, Montes Claros, Salinas e pernoitamos em Vitória da Conquista, já na Bahia.